Toda e qualquer pessoa possui consciência moral. A capacidade de nos avaliarmos a nós próprio e aos outros permite-nos construir a nossa pessoalidade e personalidade. A voz da consciência orienta a nossa vida, apela-nos, comanda-nos, julga-nos e pune-nos, fazendo nos sentir arrependimentos e remorsos. É na presença do Outro que a consciência moral se torna pratica.
É na vergonha que o homem se reconhece, estuda e modifica, pois a vergonha é olharmos para nos próprio e não gostarmos do que vemos. O Outro é o espelho; o sentido de estética da nossa consciência moral. E é no vidro que são as reações do Outro que nós sentimos constrangidos pelos nosso atos e os corrigimos. Esta correção arrasta-se ao logo da nossa vida tornando-nos pessoas diferentes, aperfeiçoadas, porém, existe sempre um “núcleo substantivo particular permanente” que nunca se modifica e torna essa única, singular.
“Essa estátua, toda a vida a modelei. Nunca parei de lhe dar retoques. Aperfeiçoei-a. Poli-a"” François Jacob
É na relação com o Outro que nos tornamos seres morais, até porque, a consciência moral não é uma característica inteiramente adquirida da natureza humana mas também uma ferramenta que obtemos nas nossas interações na sociedade e que nos permite fazermos parte dela.
Porém nem todo o ser humano pode ser considerado um ser moral, uma pessoa. Ser-se pessoa é ser-se singular, possuir aquele “núcleo substantivo particular permanente” que nos torna únicos. É ter dignidade, não ter valor e ser por isso, considerado um fim em si mesmo e não um simples objeto que pode ser comprado e trocado. É ser se livre, tomar as suas próprias decisões, escolher os seus valores, ideais e sonhos. É partilhar e participar na sociedade, é agir por dever, por ser o correto a fazer e não pela recompensa. É estar próximo do Outro e sentir-se integrado e acima de tudo, possuir a capacidade de pensar por si mesmo, escolher uma posição e saber criticar os outros e a si mesmo.
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Just because we all have blue dreams…

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